O pioneiro original

Andrew James Symington ('AJ') chegou a Portugal em 1882 com apenas 19 anos. O pai de Andrew era um mercador de Glasgow, na Escócia, e a sua mãe era natural de Unst, uma das Ilhas Shetland. Depois de um curto período na Graham's, AJ iniciou uma carreira independente como produtor de vinho do Porto. Em 1891, casou-se com Beatrice Leitão de Carvalhosa Atkinson, nascida no Porto, cujo avô era produtor e exportador de vinho do Porto desde 1814 e cuja mãe portuguesa era descendente dos mercadores pioneiros de vinhos no século XVII. A 5.ª geração de Symingtons, atualmente em atividade no negócio, tem através da tetravó materna uma linhagem que remonta 14 gerações - a 1652 - aos primórdios da longa história do vinho do Porto.

O início de um legado

Em 1905, AJ tornou-se sócio da Warre's, a primeira e mais antiga casa de vinho do Porto britânica estabelecida em Portugal. Curiosamente, nessa época, a família Warre era a principal proprietária da Dow’s e não tinha participação na empresa à qual dera o nome. Em 1912, George A. Warre, sócio principal da Dow's, decidiu regressar a Inglaterra e convidou AJ para gerir as vinhas do Douro da Dow's, bem como os armazéns e stocks de vinhos em Gaia. No mesmo ano, realizou-se uma troca de ações, através da qual AJ assumiu uma participação na Dow's e George Warre mais uma vez tomou ações na Warre & Ca. A parceria de sucesso entre os Symington, como produtores de vinho do Porto no Douro e Gaia, e os Warre, assumindo a responsabilidade das vendas em Londres, durou meio século até 1961, quando os Symington se tornaram nos únicos proprietários da Dow's e Warre's.

Uma família enraizada no Douro

A cada oportunidade, AJ, Beatrice e os seus três filhos, Maurice (n.1895) e os gémeos John e Ronald (n.1900), deixavam a sua casa no Porto para viajar até às Quintas da Dow's no Douro: Quinta do Bomfim, Quinta da Senhora da Ribeira e Quinta do Zimbro. As crianças cresceram a amar o isolado e indomado interior montanhoso. A seu tempo, os três filhos juntaram-se ao pai para administrar as propriedades do Douro, cuidando das vinhas e supervisionando a produção de vinho. Os livros de registos das quintas testemunham as suas frequentes visitas e dão voz ao trabalho que realizaram ao longo de várias décadas, enquanto abriam caminho para a próxima geração. Algumas das vinhas por eles plantadas durante os anos 1920 e 1930 sobrevivem até hoje. Este amor à região do Douro e à sua paisagem aprofundou-se a cada geração Symington.

Resistindo à tempestade

Os netos de Andrew e Beatrice, Michael, Ian e James juntaram-se à empresa familiar durante um dos períodos mais difíceis que o vinho do Porto enfrentou: a era do pós-Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, juntaram-se Peter e Amyas. A guerra suspendeu a maior parte das exportações de vinho do Porto e, durante a década de 1950, muitas das famílias há muito estabelecidas no negócio venderam as suas empresas e deixaram Portugal. No entanto, os Symington nunca perderam a fé numa eventual recuperação, apesar dos tempos incertos terem forçado a 3.ª geração a vender duas das suas preciosas vinhas, a Quinta do Zimbro e a Quinta da Senhora da Ribeira. Numa reviravolta extraordinária, a 4.ª geração conseguiu readquirir a Quinta da Senhora da Ribeira em 1998, 45 anos depois.

Expansão e Crescimento

A fé dos Symington no vinho do Porto e o seu compromisso com o Douro durante esses tempos difíceis começou a dar frutos quando a Europa entrou num período de prosperidade durante a década de 1960. A declaração do notável Vintage de 1963, um clássico do século XX, anunciava um período de crescimento sustentado e sucesso para a empresa familiar. Em 1970, a família Symington comprou a muito respeitada W & J Graham & Co quando esta foi colocada à venda. A 3.ª geração foi fundamental para inverter não só as perspetivas de futuro do negócio familiar, como também contribuiu, com outros, para a revitalização do setor do vinho do Porto como um todo, ajudando a estabelecer as bases para o seu crescimento nos mercados mundiais a partir dos anos 1970.

Líderes na qualidade

O primeiro da 4.ª geração, Paul, juntou-se em 1979 e foi seguido por Johnny, Dominic, Rupert e Charles. Em 1989 adquiriram a lendária quinta do Douro, a Quinta do Vesúvio, com o objetivo de a restaurar à sua antiga glória. Em 2010, foi tomada a decisão de adquirir a Cockburn's, devolvendo uma icónica casa de vinho do Porto à esfera familiar depois de um período de décadas de propriedade corporativa. A 4.ª geração presidiu a um período de sucesso contínuo que levou a empresa a tornar-se um dos líderes mundiais na produção de vinhos do Porto premium, para além de ser pioneira na popularidade dos vinhos DOC Douro e de tomar a dianteira no enoturismo em Gaia e no Douro.

De geração em geração

Os primeiros da 5.ª geração, Rob, Charlotte, Vicky, e Harry juntaram-se ao negócio depois de algum tempo a adquirir valiosa experiência e competências noutras áreas. Três dos seus primos estão a trabalhar nas empresas familiares de distribuição; Anthony e Tom na Fells, no Reino Unido, e Hugh na Premium Port Wine, nos EUA. Muitos dos primos trabalharam nas vinhas ou nos centros de visitas nos periodos de férias, aprendendo sobre os negócios da família desde a raíz. A 5.ª geração está empenhada em continuar a promover a evolução da Symington Family Estates no sentido de enfrentar os desafios e oportunidades que se apresentarão nos próximos anos. Para alegria de todos, os primeiros jovens membros da 6.ª geração já fazem parte da dinâmica familiar, desfrutando das alegrias de uma infância passada entre o Porto e as colinas e vinhas do Douro.

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