Um dos maiores desafios da viticultura do Douro é a erosão do solo. A realidade da topografia, combinada com o clima pode causar estragos nas nossas vinhas em patamares. A chuva pode ser uma faca de dois gumes. Geralmente é muito necessária numa região de agricultura de sequeiro, mas pode vir subitamente e em grande volume (cada vez mais como resultado das alterações climáticas). Quando isso acontece, as cheias repentinas arrastam as camadas de solo superficial que são levadas pela encosta abaixo, provocando mais erosão no solo e deslizamentos de terra.

A construção correta de patamares no Douro tem beneficiado de grandes avanços nos últimos anos, utilizando tecnologia de lazer a de GPS. Esta tecnologia garante uma inclinação ideal em cada patamar, cada um ligeiramente inclinado para dentro, face à encosta, de modo a permitir que suficiente água pluvial fique retida no solo. Os patamares são também ligeiramente inclinados - ao comprimento - em direção às extremidades de modo a que o excesso de água possa ser canalizado para valas de drenagem. O nosso objetivo é encontrar o equilíbrio certo entre a adequada retenção de água e o encaminhamento de excesso de água da chuva para as valas, de modo a não provocar deslizamentos de terra.

Um dos efeitos mais visíveis das alterações climáticas no Douro tem sido a tendência para as chuvas surgirem cada vez mais de forma abrupta, especialmente durante a primavera e o verão, o que significa que grande parte da água tão necessária acaba no rio Douro, em vez das vinhas. No entanto, é encorajador observar que os patamares criados com as novas técnicas raramente sofrem deslizamentos, uma prova da eficácia da sua construção e sistemas de drenagem.