Acreditamos nas castas autóctones do Douro

O Douro tem uma fantástica variedade de castas autóctones que têm sido usadas para produzir vinho do Porto há centenas de anos, incluindo a Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinto Cão, Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional.
 
Estas castas estão muito bem adaptadas ao solo e clima do Douro. Para além de produzir vinho do Porto com excelente estrutura, cor e aromas, também produzem excelentes vinhos tintos e brancos - não fortificados. Uma vez que estas variedades são quase desconhecidas fora de Portugal, a nova geração de vinhos do Douro constitui uma proposta única para o consumidor exigente.
 
A nossa família estabeleceu duas coleções de castas distintas no Douro, consistindo em mais de 53 variedades diferentes, quase exclusivamente portuguesas. Estes campos ampelográficos destinam-se ao estudo do potencial das diferentes variedades a utilizar na produção de grandes vinhos do Douro, bem como a identificar aquelas com as características mais indicadas para lidar com as alterações climáticas.
 
Acreditamos que não é necessário plantar castas internacionais no Douro (as coleções têm apenas algumas castas estrangeiras para estudo comparativo), dada a riqueza que já temos na nossa região. Acreditamos que o futuro do Douro está na comunicação das suas características únicas, em vez de competir com inúmeras outras regiões vitivinícolas.

Acreditamos em aceitar a realidade da nossa região

O Douro tem a maior área de vinha de montanha do mundo, o que implica enormes desafios. A erosão é um desafio permanente e o custo é um fator importante. Os custos de plantio e manutenção das vinhas do Douro são mais do dobro de uma vinha em terreno plano.
 
O Douro tem produções muito baixas, produzindo uma média de 3 600 kg por hectare (1,10 kg de uvas por videira ou 26 hectolitros por hectare), em comparação com 12.000 kg/ha no Chile ou 16.500 kg/ha na Austrália. Estas vinhas de baixas produções dão origem a vinhos extraordinários - no entanto, nunca poderemos competir  - em preço - com as enormes produções da maioria de outras regiões vinícolas.
 
Acreditamos que o futuro do Douro passa pela produção de vinhos do Porto e outros vinhos de qualidade, em vez de competir com os preços extremamente baixos praticados por outras regiões. Com as nossas baixas produções e elevados custos de produção, qualquer outra abordagem não reflitiria a realidade do Douro.

Acreditamos numa intervenção mínima na vinha

O Douro é normalmente abençoado com excelentes condições de cultivo, com chuvas de inverno relativamente abundantes e verões longos e soalheiros. Isso significa que a intervenção nas vinhas é limitada e bastante menor do que a necessária na maioria das outras regiões vinícolas.
 
Lidamos com ameaças normais, como míldio e oídio, quando ocorrem, mas é raro ocorrerem meses muito húmidos em abril e maio, que é quando a ameaça é maior. O nosso maior desafio nos últimos anos tem sido a falta de chuva, que reduziu ainda mais as baixas produções, mas diminui também a necessidade de excessivas intervenções na vinha.
 
A consequência é uma intervenção regrada na vinha quando comparada com maior parte das outras regiões vinícolas. Cultivamos 112 hectares de vinha tem Modo de Produção Biológico e as nossas outras vinhas são geridas sob um protocolo de intervenção mínima certificado, denominado Modo de Produção Integrado.
 
A rega cuidadosamente controlada é claramente necessária em algumas áreas do Douro. Empregamos a rega deficitária, que consiste numa rega altamente direcionada em áreas onde as videiras estão em risco de stresse por calor extremo. Nunca regamos para aumentar o tamanho da colheita, pois acreditamos que as melhores uvas são produzidas por vinhas dentro da zona de stresse hídrico.

Acreditamos em intervenção mínima na adega

Os nossos processos de vinificação são concebidos para permitir que as nossas uvas reflitam as suas qualidades naturais e o terroir da vinha.
 
Nas nossas pequenas adegas especializadas, utilizamos equipamento de desengace Delta Oscillys que emprega movimentos oscilantes (por pêndulos) para separar cuidadosamente os bagos do engaço, evitando danos desnecessários. Estas máquinas são muito eficazes em rejeitar bagos em passa ou danificados.

A transferência dos bagos inteiros até à cuba de fermentação é efetuada por uma ponte rolante que permite atingir o topo da cuba de fermentação sem qualquer tipo de bombagem, o que preserva a qualidade dos bagos. Estes são suavemente esmagados à entrada da cuba, evitando assim processos oxidativos prejudiciais.

Acreditamos em plantar as nossas próprias videiras e produzir as nossas próprias uvas para os nossos melhores vinhos

Pode parecer uma afirmação do óbvio, mas o Douro tem 22.000 agricultores e a maioria dos vinhos DOC Douro e vinho do Porto é produzido na região com uvas compradas. Estamos firmemente integrados no tecido da região e compramos uvas a muitos agricultores com quem mantemos relações de longa data.
 
No entanto, também acreditamos que garantir o fornecimento de uvas de alta qualidade depende da propriedade e gestão de vinhas próprias. Como tal, reinvestimos sistematicamente uma percentagem significativa dos lucros da nossa empresa na compra e plantio de vinhas. Hoje somos os principais proprietários de vinhas no Douro, com um conjunto de 26 Quintas em localizações privilegiadas ao longo do vale do Alto Douro.

Acreditamos que cultivar as nossas próprias vinhas - compreendendo o terroir e o impacto das condições de cada ano nas uvas - é um ingrediente crítico e essencial na produção de grandes vinhos e vinhos do Porto.

Ler próximo item
Reconhecimentos Recentes