Desde que plantámos a nossa primeira vinha experimental e de pesquisa na Quinta da Cavadinha, no vale do Pinhão, em 1997, fizemos avanços significativos no estudo da viticultura no Douro. As nossas plantações experimentais ajudaram-nos a identificar as melhores combinações de variedades de vitis vinifera para utilização no Douro e nos vários porta-enxertos americanos em que são enxertadas, bem como as combinações que melhor se adequam a locais específicos. Esta investigação também nos ajudou a avaliar castas menos conhecidas, como a Sousão e Alicante Bouschet, que plantámos posteriormente em várias outras vinhas.

A vinha da Cavadinha foi o ponto de partida para a nossa equipa de viticultura estabelecer vinhas experimentais e de pesquisa numa escala mais ambiciosa. Após anos de planeamento e preparação meticulosos, plantámos a nossa primeira coleção de castas em 2014, na Quinta do Ataíde, no vale da Vilariça. Esta coleção contém 53 castas (29 tintas e 24 brancas) com castas autóctones do Douro, de outras regiões de Portugal e um pequeno número de outros países para estudo comparativo. Selecionámos as variedades externas ao Douro com base na seu potencial de adaptação às condições do Douro.

O nosso objetivo geral é alargar a base de conhecimento de castas portuguesas e do Douro para fundamentar as decisões relativas a plantações futuras. As alterações climáticas conferem ainda maior importância a este esforço e continuamos a estudar quais as castas mais resistentes ao calor e à seca. Outro objetivo importante é salvaguardar a preservação de variedades menos conhecidas.

Duzentas videiras de cada variedade estão plantadas em duas parcelas de vinhas contíguas cobrindo 2,25 hectares de terra relativamente plana. A uniformidade do terreno nivela a variabilidade da amostragem que poderia influenciar a investigação, e a grande população de plantas permite-nos realizar estudos comparativos significativos. Estabelecemos protocolos de investigação com várias universidades e já foram publicados vários trabalhos científicos com divulgação em conferências internacionais. Os resultados em curso serão partilhados com outros produtores regionais, beneficiando o Douro como um todo.

Em 2015, foi criada na Quinta do Bomfim, no coração do vale do Douro, uma segunda coleção com 31 castas. Esta parcela para estudo está no típico terreno montanhoso mais associado ao Douro e complementa a coleção do Ataíde. Em conjunto, as duas coleções têm em conta as diferentes condições dos micro-terroirs do Douro, permitindo a extrapolação de dados que é representativa da região como um todo.

A nossa terceira coleção de castas é a vinha da Tapadinha, plantada em 2015 perto da Quinta do Retiro no vale do Rio Torto. O local foi escolhido em grande parte por causa da sua altitude e contém apenas castas brancas (11). Plantámos 700 videiras de cada para permitir vinificações em volumes suficientes ​​para explorar o potencial de produção de vinhos brancos de alta qualidade.