Como decidimos que Vinhos do Porto Vintage lançar?

Durante a vindima os enólogos das nossas melhores quintas são desafiados a produzir vinhos dignos de serem engarrafados como vinho do Porto Vintage – vinhos com concentração irrepreensível, aromas elevados, taninos bem estruturados, equilíbrio e acidez excelentes e um fantástico potencial de envelhecimento.

A cada fevereiro, reunimos na sala de provas com o objetivo de provar os melhores vinhos do Porto novos, oriundos de cada uma das nossas principais propriedades, da produção de há 18 meses. Este é o ponto de partida para revermos o potencial Vintage de cada ano e, a partir daí, decidir o que lançar.

Se a qualidade estiver presente, temos uma simples escolha a fazer...

Vamos combinar os vinhos de cada uma das principais quintas das nossas casas numa “super” lotação e designá-los Vintage declarado clássico (por exemplo, como Graham’s Porto Vintage ou Dow’s Porto Vintage, como foi feito em 2016 e 2017)? Ou vamos decidir que o vinho de cada quinta, individualmente, é a expressão suprema dos terroirs do Douro – e que o mesmo não melhorará se lhe forem incluídos vinhos de parcelas de outras das principais quintas da casa?

A nossa política é simples – só faremos declarações gerais em anos em que as condições em toda a região do Douro sejam consistentemente favoráveis durante o período de crescimento e da vindima, e que resultam em maturações e qualidade impecáveis. Naqueles anos em que a qualidade é mais localizada ou é limitada às melhores parcelas das nossas melhores quintas, escolhemos engarrafar quantidades mais pequenas de Porto Vintage de Quinta.

Os nossos Porto Vintage de 2018

O ciclo de crescimento de 2018 foi desafiante. Sofremos uma seca prolongada durante o inverno, granizo e chuvas fortes na primavera e ondas de calor durante agosto e setembro. Concluída a vindima, a nossa avaliação foi de que a qualidade pela região era variável, produzindo pequenas quantidade de excelentes vinhos em algumas propriedades específicas. Não foi, porém, um ano em que todas as vinhas e em que todas as sub-regiões poderam mostrar o seu melhor.

Portanto, no início deste ano, quando revisitámos os lotes dos vinhos das melhores propriedades com potencial de Porto Vintage, decidimos que — para permitir a expressão máxima da qualidade de 2018 — deveríamos colocar no mercado pequenas quantidades de Vintage de Quinta, ao invés de uma declaração geral, sob a chancela Porto Vintage de cada casa.

Utilizando a Graham’s como exemplo, isto significa que engarrafamos Graham’s Quinta dos Malvedos 2018 Porto Vintage, em vez de Graham’s Porto Vintage (como fizemos em 2016 e 2017). Ou seja, no Vintage de 2018 não incluímos o vinho das restantes principais propriedades da Graham’s no lote final – Quinta do Tua, Quinta da Vila Velha e Quinta do Vale de Malhadas.

A nossa escolha deveu-se ao facto de que, nos vinhos de 2018, não acreditamos que, ao juntar lotes de outras quintas da Graham’s com os lotes da Quinta dos Malvedos, iriamos conseguir um Porto Vintage de melhor qualidade – e por isso, para nós, o auge da qualidade desse ano encontra-se nos Porto Vintage de Quinta.

Como são decididos os anos de Porto Vintage?

As tradições em redor da declaração de um Porto Vintage podem ser confusas. Contrariamente à crença popular, não existe uma ‘mesa redonda’ onde todos os produtores decidem se produzem ou não, Porto Vintage. O Instituto do Vinho do Porto permite aos produtores o engarrafamento de Porto Vintage sempre que estes o desejem, desde que estes tenham qualidade suficiente e correspondam ao estilo que foi estabelecido para esta categoria.

Embora não exista um processo generalizado, os anos em que a maioria dos produtores declaram Vinho do Porto Vintage são normalmente descritos como “clássicos” ou “declaração geral”. As mais recentes declarações gerais foram em 2000, 2003, 2007, 2011, 2016 e 2017.

Apesar de, para já, só terem existido 6 declarações gerais no século XXI, o nosso ponto de partida é produzir vinho do Porto Vintage todos os anos e, em quase todos os anos – excluíndo aqueles que são realmente problemáticos – temos conseguido criar vinhos que consideramos terem potencial de Porto Vintage.

Devido aos avanços na vinha e nas adegas, conseguimos produzir vinhos do Porto excelentes mais consistentemente, em comparação com as anteriores gerações. Somos questionados várias vezes se isso significa que iremos anunciar declarações gerais de vinho do Porto Vintage com mais regularidade. A nossa perspetiva é de que os níveis de qualidade subiram, portanto, iremos continuar a produzir as nossas super- lotações somente quando os vinhos das nossas propriedades — no seu todo — tiverem uma qualidade uniformemente muito elevada.

Tal significa que, em anos como 2018, os compradores dos Porto Vintage que lançamos como produto das nossas melhores quintas, estão a adquirir, na nossa opinião, a mais perfeita expressão do que foi a produção daquele ano. Acredito que os nossos Vintage de 2018 são absolutamente espantosos, com um enorme potencial de envelhecimento que é acompanhado por um preço também mais apetecível quando comparado com o de um Porto Vintage de um ano declarado – e não me restam dúvidas de que irão proporcionar muitos momentos de prazer ao longo das próximas décadas.

Charles Symington – enólogo principal

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Os nossos Portos Vintage 2018:

Engarrafados para lançamento imediato en primeur:

• Quinta do Vesuvio 2018 Porto Vintage
• Dow’s Quinta da Senhora da Ribeira 2018 Porto Vintage

Engarrafados para envelhecimento e lançamento futuro:

• Graham’s Quinta dos Malvedos 2018 Porto Vintage
• Dow’s Quinta do Bomfim 2018 Porto Vintage
• Warre’s Quinta da Cavadinha 2018 Porto Vintage
• Cockburn’s Quinta dos Canais 2018 Porto Vintage

Para mais informações:

https://vintageportsite.com/campaign/2018-vintage-port

https://www.bit.ly/symington-2018-vintage